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Pastor evangélico do Amapá é acusado de abuso sexual por fiéis


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Pastor denunciado por abuso sexual
Reprodução/Igreja Getsemani

Pastor denunciado por abuso sexual

O pastor evangélico Jeremias Barroso, da igreja Getsêmani e uma das principais lideranças religiosas do estado do Amapá , foi acusado de abuso sexual por mais de 12 mulheres. As informações foram apuradas pelo Uol Universa. 

Na Delegacia de Crimes Contra a Mulher ( DCCM ), do Macapá, foi instaurado um inquérito que contem com mais de 12 relatos de vítimas que sofreram algum tipo de violação sexual do pastor. O caso corria em segredo de Justiça desde do segundo semestre de 2020 e encaminhado para o Ministério Público do estado neste ano. 

Barroso ficou conhecido por ser o fundador da congregação Igreja Getsêmani, em Macapá e por organizar a ” Marcha para Jesus “, que reunia cerca de 100 mil pessoas nas ruas do estado todos os anos. A apuração teve seu início em julho de 2020, após uma das vítimas contar paras as outras mulheres da igreja situações que aconteceram envolvendo o religioso. Com isso, descobriu que várias mulheres passaram por acontecimentos semelhantes e todas passaram a ser representadas pelo mesmo advogado. 

De acordo com o depoimento de uma das vítimas, Barroso usava sua influência no âmbito religioso para cometer os abusos. “Por volta de 0h, ele sugeriu por mensagem que poderia me pegar em casa e me levar pra tomar um banho. Eu recusei. Ele falou ‘então vamos ao banheiro da igreja’ e eu também disse que não. O pastor insistiu: ‘Preciso orar em você, algo muito grave pode acontecer e precisa estar limpa'”, conta vítima que logo em seguida, parou de frequentar a igreja. 

Baseado nos relatos das vítimas, o pastor utilizava um padrão no modo de agir. Usava sua reputação religiosa para realizar seus assédios e usava seu gabinete para cometer tais atos. 

Segundo o relato de outra vítima, ela já chegou a ser convidada para ir até a sala do religioso com sua irmã, mas ele exigiu de que ficasse sozinho com ela na sala. Barroso em seguida, insistiu para que a vítima participasse de uma oração para retirar o que ele caracterizou como “demônio”. 

“Ele começou a me perguntar se eu estava namorando, se tinha tido relação sexual com alguém. Respondi, mesmo que desconfortável. Então, o Jeremias disse que precisava fazer uma oração por mim, pois estava possuída pelo demônio da pomba-gira e que durante o ato de santificação, eu deveria me tocar no peito e partes íntimas”, relata.  

“Ele pediu pra eu me soltar, parar de ter vergonha, caso contrário não seria libertada do demônio. Como não teve sucesso, pediu pra pegar na mão dele e colocar nas minhas partes íntimas. Achei estranho e a coloquei na minha barriga. Foi quando ele tentou descer e não deixei. Depois de terminar, o pastor afirmou que não podia namorar com ninguém porque eu era dele. Saí daquela sala horrorizada, com vergonha e nojo. Não consegui contar a ninguém “, declarou ela, que foi encorajada por outras vítimas a contar os relatos. 

Uma das frequentadoras recebeu um vídeo em que o religioso estaria se masturbando. Outra recebia mensagens pelas redes sociais perguntando as cores de suas roupas íntimas.  

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Questionado, o pastor Jeremias Barroso se manifestou através de seu advogado, Maurício Pereira e negou todas as acusações e afirma que seu cliente está sendo vítima de calúnia. 

“[O pastor] jamais manteve qualquer relacionamento com as denunciantes. Provará que a primeira denunciante é pessoa que passa por problemas psicológicos e psiquiátricos, já tentou suicídio e certamente está sendo usada por pessoas com propósitos escusos. Infelizmente, houve um apelo midiático, nas redes sociais, onde um profissional de direito se ofereceu para ajuizar ações com promessa de êxito e vantagens às jovens e mulheres que tenham sido molestadas pelo pastor Jeremias. Esta conduta antiética e antijurídica serviu de mote para denúncias infundadas”, declarou Pereira. 

Sobre o vídeo relatado em um dos depoimentos, o advogado confirma a autenticidade do vídeo, mas nega de que ele teria sido enviado para a pessoa em questão. 

“O chocante vídeo, que envergonha o senhor Jeremias Barroso, sua família e a igreja que presidia foi filmado num momento de fracasso espiritual, quando teve um relacionamento extraconjugal por meio virtual. A pessoa a quem dirigiu o referido vídeo, inclusive, testemunhará este fato”, ressalta. 

A nota termina dizendo que Barroso, “afastou-se do Ministério Pastoral e da diretoria da igreja enquanto perdurarem as apurações; submeteu-se a um tratamento de restauração espiritual pela Aliança de Pastores; e abstém de qualquer contato, por qualquer meio com as vítimas e testemunhas do processo”. 

Responsável pela defesa das vítimas, o advogado Cícero Bordalo Júnior, espera que a punição de Barroso seja de 20 anos de reclusão, pois a totalidade da pena levaria em consideração o número de denúncias. E ainda ressalta que novos casos, envolvendo menores de idade, podem surgir no decorrer da investigação. 

“Com relação à menor de 14 anos, o crime é de estupro presumido. Sobre as demais vítimas, seria abuso sexual mediante fraude, que são no mínimo dois anos de reclusão. Como existem pelo menos dez, são 20 anos de reclusão, somando a pena mínima para cada uma das vítimas”, declara o advogado. 

Porém, é necessário que o Ministério Público (MP) oficialize tal denúncia à Justiça , com isso, ela pode decidir se o torna réu e que seja condenado pelo processo de julgamento. Bordalo Jr também enviou pedidos diretamente ao MP para que a prisão preventiva do religioso seja decretada, mas o pedido ainda não foi analisado. 

O Ministério disse que não irá prestar declarações sobre o caso e que ele corre sob segredo de Justiça. Uma acusação contra Barroso deve ser entregue nos próximos dias nas acusações de abuso sexual mediante fraude. Clique para editar o texto

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