Roteiros

Projeto: Trem ligará Belo Horizonte à Serra da Piedade em Caeté

Elaborado pela Arquidiocese de Belo Horizonte, o projeto prevê trem de passageiros ligando Belo Horizonte a Sabará e por fim ao Santuário da Serra da Piedade, em Caeté MG. O objetivo é ligar a fé ao turismo e facilitar a vida dos 500 mil peregrinos que visitam o Santuário de Nossa Senhora da Piedade anualmente (na foto abaixo da Arquidiocese de BH/Divulgação). Além disso, reduzirá o tráfego na BR 381, reduzindo o número de acidentes nessa perigosa via. A viagem propiciará aos turistas a vista de belas passagens ao longo do caminho.

A ideia é que o trem saia da Praça da Estação em Belo Horizonte, percorrendo 13 km sobre trilhos até a cidade histórica de Sabará, onde os passageiros poderão contemplar belas paisagens pelo caminho e na cidade, conhecer o Santuário de Santo Antônio de Roça Grande, a Igreja de Santo Antônio em Pompéu, as belezas da arte barroca que a cidade oferece e as igrejas de Nossa Senhora do Ó, de Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora do Carmo.

Imagem acima apresenta o percurso e atrativos da futura linha férrea ao longo do percurso. Arte Lelis/Arquidiocese de BH/Divulgação
          De Sabará o trem seguirá por mais 19 km até Caeté, onde o turista poderá conhecer as relíquias da arte barroca da cidade, principalmente a Igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso. A estação final será aos pés da Serra da Piedade. A subida até o Santuário de Nossa Senhora da Piedade será feito por teleférico. Será 8 km de subida, possibilitando ao turista uma vista espetacular de todo o horizonte em torno da serra. Chegando ao Santuário, além do espetáculo da visão, o visitante conhecerá a Basílica de Nossa Senhora da Piedade, cujo altar-mor guarda a imagem da Santa, padroeira de Minas Gerais. Segundo consta, a imagem foi esculpida por Antônio Francisco Lisboa, o Mestre Aleijadinho (1738/1814).

(na foto abaixo, de Clésio Moreira, Caeté vista do alto da Serra da Piedade)

            O projeto elaborado por uma equipe técnica da Arquidiocese de Belo Horizonte, foi recentemente apresentado à Secretaria de Turismo e à presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iehpa), Michele Arroyo. Está na fase de contatos com futuros parceiros, para viabilizar o projeto economicamente. É um processo longo, demorado, mas a possibilidade de se concretizar existe, e os envolvidos no projeto estão empenhados e engajados na luta para que o projeto saia do papel, já que ligará a Belo Horizonte a um dos mais importantes centros de turismo do Brasil, que recebe cerca de 500 mil visitantes, em média, por ano. 

          Um dos maiores defensores desse projeto é o recém-eleito presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor de Oliveira Azevedo, até pouco tempo Cardeal arcebispo da Arquidiocese de Belo Horizonte. Em declaração ao Jornal O Estado de Minas, dom Walmor disse: “A Região Metropolitana de Belo Horizonte guarda tesouros que precisam ser apreciados e valorizados. A arte barroca das cidades coloniais, muitas belezas naturais pouco conhecidas, patrimônios da religiosidade e da história de Minas. É preciso investir para que a fé e o turismo contribuam ainda mais para o desenvolvimento sustentável do estado, da capital e da Grande BH”. Para o religioso, ligar Belo Horizonte ao Santuário da Piedade “é retomar a tradição das viagens feitas sobre trilhos, oportunidade para contemplar paisagens, conhecer regiões a partir de novas perspectivas”.
          Além desse projeto, outro idealizado pela Ong APITO está na expectativa de sair do papel. É o trem diário ligando a Belo Horizonte ao Inhotim, em Brumadinho. Esse trem sairá da Praça da Estação, passará pelo bairro Belvedere e seguirá até uma estação no Museu Inhotim. O projeto está sendo viabilizado para incrementar o turismo nessa cidade, prejudicado pelo rompimento da barragem da Vale, no Córrego do Feijão. A implantação dessa linha faz parte de um acordo de compensação das autoridades com a Companhia Vale.
IPHAN  aprova construção de estação de trem
         Mesmo a linha de trem lingado BH à Caeté esteja ainda no papel, um outro projeto está se concretizando. Por ser o Santuário e a Serra da Piedade um grande atrativo turístico de Minas Gerais, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) aprovou o projeto de construção de uma estação de trem para embarque e desembarque de passageiros na Praça Antônio da Silva Bracarena, antes conhecida como Praça da Cavalhada, distante 2,5 quilômetros do topo da Serra da Piedade, patrimônio cultural e natural de Minas Gerais. A composição terá cinco vagões com capacidade para 100 passageiros por viagem. 

          As obras já foram iniciadas e quando a estação estiver em funcionamento, quem chegar de carro, ônibus ou van à Praça Bracarena, poderá desembarcar e “pegar o trem” até as duas basílicas, sendo uma delas, erguida no século 18, considerada a menor mundo e a imagem de Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas, esculpida por Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814). A locomotiva não tem data para entrar em operação

Por Arnaldo Silva

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *