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Mando Nunes Pantaneiro: artista é reconhecido por seu talento e criatividade

Armando Nunes Filho, nasceu na cidade de Itiquira, em 15 de novembro de 1953, um dos oito filhos casal Armando Nunes da Silva e dona Alice Melo da Silva. Seu Armando era proprietário da Casa Araújo naquele município, além do comercio, ele trabalhava na compra de gado, por este motivo viajava muito pela região, em uma de suas visitas a Rondonópolis, observou que a cidade tinha um futuro comercial muito forte, por isso resolveu transferir sua loja para Rondonópolis, isso aconteceu em 1956, estabelecendo a Casa Araújo na Avenida Mal Rondon com a Rua Otávio Pitaluga, no ano de 1958 alguns anos depois ele transferiu residência, trazendo sua família para Rondonópolis.

Os filhos foram estudar no Colégio Sagrado Coração de Jesus, Armando Filho, tempos depois passou a estudar no Ginásio 13 de Junho.

Tive uma infância como todos os meninos daquela época, existia personagens folclóricos em nossa cidade, como Maria Sete Voltas, Batista, que andava sempre com seu inseparável cajado, o Rá Rá, figuras que metiam medo nas crianças da época, jogávamos bola, banhávamos no Ribeirão Arareau, coisas dos meninos daquele tempo, relembra.

 

Em 1973 fui fazer vestibular para medicina em Campo Grande, não consegui passar, vim para Cuiabá, onde passei para engenharia. Como não era o que eu queria, voltei para Rondonópolis e fui para a fazenda do meu pai, ali na região do Birro, hoje São José do Planalto.

Nesse período que estive na fazenda comecei a entalhar, fiz uma peça retratando uma índia, voltando para Campo Grande, vendi esta obra, e comecei a trabalhar com madeira. Meu irmão trabalhava numa construtora, eu buscava as sobras de madeiras mais nobres, então comecei a esculpir também em madeira que era a matéria prima que eu conseguia. Em seguida comecei a entalhar cabeceiras de cama, para a loja Só Colchões.

Em 76 comecei a desenhar em grafite, que eram emoldurados em quadros de alumínio, tive a oportunidade de coloca-los à venda na Loja Medalhão, em Campo Grande, essa loja trabalhava exclusivamente com artes.

O dono da loja Medalhão, fez uma exposição num hotel famoso da cidade onde pela primeira participei com entalhes vazados e que foi grande sucesso de vendas.

Em 79 conheci a Gerusa Rosália Aguiar, que era daqui e estudava em Campo Grande, começamos a namorar, mas casamos aqui em Rondonópolis. Tivemos dois filhos Alice que hoje trabalha como escriturária em um cartório na cidade e o Diego trabalha como tatuador e tem deu próprio estúdio, sou avô de cinco netos.

Surgiu a oportunidade de expor minhas obras na inauguração da Galeria Opus em Brasília, mas aconteceram alguns entraves e ela não foi inaugurada. Nessa época o deputado Afro Stefanini, representava o Governo de Mato Grosso lá na Capital Federal, falei com ele e foi aberto um espaço no mezanino da Fundação Cultural de Brasília. Nessa exposição chegaram duas senhoras, que se interessaram por duas das minhas esculturas, uma das quais era do Presidente Figueiredo em um cavalo e outra do César Cals Ministro de Minas e Energia entre 79 a 85. Uma das senhoras visitantes era a esposa do Ministro, a outra, era a esposa do Ministro de Saúde Alceni Guerra, após a negociação, fui incumbido de entregar a estátua para Alexander Garcia, que era o Secretário de Imprensa do Governo. No dia seguinte fui até o palácio, não foi possível fazer a entrega pessoalmente, deixei a obra e ele entregou ao presidente João Figueiredo.

Quando meu pai morreu em 1983, fui tomar conta da fazenda, mas era proibido pelo meu irmão de trabalhar com arte na fazenda, tinha que me dedicar aos trabalhos do campo. Tempos depois vendi minha parte da fazenda e voltei a morar em Rondonópolis, resolvi entrar no ramo supermercadista, mas a crise no governo José Sarney, com inflação de mais de 90 por cento ao mês, não tinha como suportar, enquanto se remarcava as mercadorias, ao chegar no fim das gondolas era preciso recomeçar a remarcar tudo de novo, devido loucura que estava nossa economia, terminei por quebrar comercialmente.

Nessa época eu era muito amigo do senador Wellington Fagundes, ele me cedeu uma área na rua dom Pedro II, para que montasse um novo ateliê. Houve dois momentos da minha vida que entrei para o mundo político como candidato a vereador, a primeira vez foi em 1982 pelo PP, a segunda em1988, depois em 2020 pelo PRTB, não conseguindo se eleger em nenhuma das três tentativas, não nasci para ser político reconhece o artista.

Meu sogro me doou um terreno no bairro Cidade Alta, onde construí uma edícula para morar que depois se transformou em ateliê, onde foi esculpida a Maria Sete Voltas.

Nesse período conheci um leiloeiro de arte, chamado Ayub, que mantinha na época o maior acervo da América Latina. Foi feito um leilão em Cuiabá, ele me convidou para participar, levei quatro obras em pedra sabão, duas foram vendidas uma para a professora Izabel Campos, esposa do Júlio Campos, e dona Lucimar Campos esposa do então Governador Jaime campos.

Em Rondonópolis existem várias esculturas feitas por mim, algumas estão em locais públicos com a Maria Sete Voltas, na Avenida Presidente Médice com rua Fernando C. Costa, que foi encomendada pelo prefeito Rogério Salles, por indicação do vereador Milton Gomes, (Miltão). A estátua em homenagem ao Marechal Rondon, fica no Cais, a do Maestro Marinho Franco, está colocada em frente ao saguão do aeroporto do mesmo nome em nossa cidade. Existe outras que estão em locais públicos, mas que são de acervo particular como o Malagueta, que fica no pátio do Posto Pobore de propriedade do empresário Francisco Carlos Souza.

Da redação

Fotos de arquivo

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