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Juíza marca julgamento de acusados de desviar dinheiro público em obra da Arena Pantanal

A obra tinha orçamento inicial de R$ 342 milhões, porém foram pagos mais de R$ 600 milhões.

A juíza Celia Vidotti, da Vara Especializada em Ações Coletivas, marcou para 10 de abril a audiência de instrução no caso do desvio de dinheiro público e pagamento de propina na construção da Arena Pantanal. A obra tinha orçamento inicial de R$ 342 milhões, porém foram pagos mais de R$ 600 milhões pelo estádio construído para as obras da Copa do Mundo de 2014.

Nessa primeira etapa serão ouvidos representantes de construtora Mendes Júnior, que está em processo de recuperação judicial, e do Consórcio Santa Bárbara – Mendes Júnior. Eles têm 10 dias para apresentar quais testemunhas de defesa desejam convocar. Cada um poderá apresentar até três nomes como prova de cada fato.

O contrato para a construção da Arena foi assinado em abril de 2010 e, antes mesmo do início da obra, o Estado pagou R$ 37 milhões para a compra de materiais e estruturas metálicas para que fossem iniciados os trabalhos, o que não poderia ser feito pelo Poder Público, já que em obras públicas o pagamento está vinculado à entrega de cada etapa prevista na contratação.

Segundo denúncia do Ministério Público do Estado (MPE) o contrato foi superfaturado em R$ 7,3 milhões, valor que foi divido entre os membros da organização criminosa como o ex-governador Silval Barbosa e o ex-secretário da Copa Eder Moraes.

Em sua delação Silval confessou que a Mendes Júnior pagou propina para manter os pagamentos em dia e que R$ 1,5 milhão foi usado na campanha do já falecido ex-deputado federal Homero Pereira. Outro beneficiado, segundo o ex-governador foi o ex-deputado estadual Romoaldo Júnior (MDB), que usou parte do dinheiro para reformar uma pousada. Romoaldo negou ter recebido o dinheiro.

j1
Foto: reprodução

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